Doença, que rendeu em 2020 o Prêmio Nobel de Medicina aos seus descobridores, é um dos tipos mais comuns de hepatite
A hepatite C é um dos cinco tipos de hepatite que atingem o ser humano, A hepatite do tipo C é hoje considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma epidemia presente em muitas regiões do planeta.
Devido à pandemia de Covid-19, epidemias e surtos de outras doenças têm passado um pouco desapercebidos – mas não deveriam.
A hepatite C, por exemplo, mata cerca de 400 mil pessoas a cada ano em todo o mundo. E nada menos que 1% da população mundial (o que corresponde a cerca de 80 milhões de pessoas) são portadoras crônicas do vírus que causa a doença, o vírus C ou VHC.
Pior: destes 80 milhões de portadores desse vírus, somente 1 em cada 5 sabem que carregam em si o VHC. Os demais, sem saberem que estão contaminados pela doença, se tornam ainda mais vulneráveis a ela (todos estes dados são da OMS).
A hepatite C é uma questão de saúde pública tão grave que, em 2020, o Prêmio Nobel de Medicina foi concedido aos três cientistas (Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice) que descobriram o vírus que causa a doença e identificaram suas características.
Mas o que é a hepatite C?
É um processo infeccioso e inflamatório que ataca o fígado humano. Pode ser aguda ou crônica, sendo essa última a mais comum.
Além da hepatite do tipo C, existem as hepatites dos tipos A, B, D e E.
A hepatite A também existe em grande quantidade, mas é uma infecção leve e que se cura sozinha. Há vacina contra ela.
A hepatite B gera uma inflamação no fígado mais grave, mas também há vacina no caso dela. A hepatite D e a hepatite E são mais raras e mais comuns na região norte do Brasil.
O problema com a hepatite C é que, além de ser bem comum no Brasil, o tipo de inflamação que ela gera no fígado é potencialmente bastante perigosa. E ainda não se conseguiu criar uma vacina que funcione contra a hepatite C (o que já foi possível nos casos das hepatites A e B).
Hepatite C: formas de transmissão
A hepatite C, em sua versão crônica, é um mal silencioso. Geralmente não traz sintomas, mas segue atacando o fígado do indivíduo sem que ele saiba o que está acontecendo. No final, só se descobre a doença quando ela já causou danos expressivos ao órgão.
Quadros de cirrose, insuficiência hepática e até câncer no fígado são possíveis consequências de uma hepatite C que não foi tratada.
Mas, em se tratando de algo grave como ela, cabe a pergunta: de quais maneiras ela é transmitida?
Basicamente, das seguintes formas:
- Transfusão de sangue. O modo pelo qual o VHC, o vírus da hepatite C, se espalha mais rapidamente. No Brasil, há um controle muito bom da qualidade do sangue usado em transfusões, felizmente. Mas esse controle só foi implementado a partir de 1992, para conter outra epidemia – a SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida, AIDS). Portanto, quem recebeu transfusão de sangue antes disso deve fazer, por precaução, o exame para hepatite C;
- Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos etc.), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de apetrechos para a confecção de tatuagens e colocação de piercings.
Além disso, a hepatite C também pode ser contraída via relações sexuais, mas isso é bem raro de ocorrer.
E pode ser transmitida de uma mãe grávida, infectada pelo VHC, para o bebê ainda não nascido – porém episódios do tipo, igualmente, são raros.
Vencendo a hepatite C
A hepatite C tem uma característica interessante: é das poucas doenças crônicas que podem ser curadas.
Uma vez diagnosticada, a doença responde bem a um tratamento medicamentoso. Vencido o vírus, o órgão reconstrói a si mesmo e volta a ser o que era antes da doença.
A Dra. Mirella Monteiro é hepatologista clínica e tem grande experiência no combate à hepatite C. Entre em contato no caso de suspeita da doença.
Fontes: