Hepatite C: O que é?

Duas mãos segurando o desenho de um fígado

Saiba como a doença é transmitida, quais os sintomas, como diagnosticá-la e tratá-la

A hepatite C é um tipo específico de hepatite viral, provocada pelo vírus HCV (vírus da hepatite C). A infecção ocorre, habitualmente, em duas fases: aguda e crônica.

A infecção aguda costuma ser assintomática na maioria dos pacientes – apenas 25% a 30% por cento dos infectados apresentam sintomas. Esta fase pode durar até seis meses e o paciente apresenta níveis elevados do vírus C no sangue. A fase aguda termina quando os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico conseguem controlar a multiplicação do vírus.

Somente cerca de 15% a 20% dos pacientes conseguem ficar efetivamente curados do vírus. Os outros cerca de 85% evoluem para a forma crônica da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 71 milhões de pessoas em todo o mundo convive com a forma crônica da hepatite C.

A hepatite C crônica é uma infecção que pode permanecer silenciosa por vários anos, surgindo sintomas apenas quando a doença está em fase avançada, o que dificulta o seu diagnóstico. Estima-se que até 1/3 dos pacientes infectados pelo vírus desconhecem ter a doença.  

Sintomas da hepatite C 

Quando a doença se manifesta na forma aguda, os sintomas mais comuns são: 

  • Dores na região do fígado;
  • Inchaço abdominal;
  • Urina escura;
  • Fadiga;
  • Febre;
  • Coceira;
  • Náuseas e vômitos.

Os sintomas podem durar de duas a 12 semanas e surgem em até três meses após a contaminação.

Na fase crônica, considerada quando o vírus C ainda está presente no organismo após seis meses da contaminação, os principais sinais de alerta são:

  • Icterícia;
  • Ascite (barriga d’água);
  • Urina escura;
  • Fezes claras;
  • Coceira pelo corpo;
  • Vasos sanguíneos mais visíveis através da pele, principalmente no abdome e tronco;
  • Perda de peso;
  • Perda do apetite.

Os sintomas da hepatite C crônica começam a aparecer, em média, de 20 a 30 anos depois da contaminação, quando cerca de 30% a 50% dos pacientes desenvolverão sinais de cirrose hepática ou outras complicações, como câncer de fígado e insuficiência hepática. 

Hepatite C transmissão

O principal meio de transmissão da hepatite C é através da exposição a sangue contaminado, seja por transfusão de sangue, acidentes com material contaminado (seringas, lâminas, agulhas) ou através de drogas injetáveis.

A transmissão da hepatite C de mãe para filho é rara – cerca de 5% – e ocorre no momento do parto. O aleitamento não é considerado um meio de transmissão. 

Hepatite C transmissão – Outros fatores de risco

Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993 devem fazer exames para avaliar a presença do vírus no organismo, pois até essa data o sangue coletado para transfusão não era testado.

Pacientes que receberam órgãos de um doador com hepatite C e aqueles que estão em diálise renal há bastante tempo também têm mais riscos de ter contraído a doença. 

Diagnóstico

A triagem diagnóstica da hepatite C é feito por um exame sorológico, de sangue que identifica a presença do anticorpo no organismo, o chamado anti-HCV. Ele é recomendado, principalmente, para as pessoas em grupos de risco, como aquelas que praticam ou praticaram sexo desprotegido, pessoas tatuadas e usuários de drogas ou receberam transfusão de sangue antes de 1993. Quando a sorologia tem resultado positivo, o paciente deve ser orientado a coletar o PCR, exame esse que confirma a presença do vírus no organismo. 

Tratamento da hepatite C

O objetivo do tratamento é eliminar o vírus da circulação sanguínea. Ele é feito com um coquetel de medicamentos antivirais administrados por até 12 semanas. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O paciente pode ser considerado curado quando o vírus permanece indetectável no sangue seis meses após o fim do tratamento.

A chance de cura do vírus hepatite C é superior a 90%. Mas mesmo quando ela não é possível, os medicamentos ajudam a evitar que a doença progrida e leve a complicações.

Importante lembrar que não existe vacina para a hepatite C. Por isso, o ideal são as medidas preventivas. 

Evitando o contágio 

  • Não compartilhe objetos de higiene pessoal e que possam conter resíduos de sangue;
  • Use sempre preservativo nas relações sexuais;
  • Solicite o exame anti-HCV para ter um diagnóstico preciso caso você faça parte dos grupos de risco.

Converse com o seu médico para que ele possa orientá-lo sobre tópicos importantes, como: hepatite C transmissão, diagnóstico, fatores de risco, sintomas e tratamento. Geralmente, a doença pode ser curada, evitando-se assim problemas graves de saúde. 

Fontes:

Hepatologista Dra Mirella Medeiros;

Ministério da Saúde.

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