Hepatite C: Sintomas e Tratamento

Estetoscópio em mesa de madeira e quadro escrito hepatite c

Saiba como a doença pode ser transmitida e o que é possível fazer para evitá-la

Hepatite é um termo que significa inflamação do fígado. Diversas situações podem causar a doença, incluindo medicamentos, toxinas, abuso de álcool, doenças autoimunes e diversos tipos de infecções, incluindo as hepatites virais, que são as causas mais comuns.

A hepatite C é um tipo específico de hepatite viral, provocada pelo vírus da hepatite C (HCV). Apesar de terem nomes parecidos, serem provocadas por vírus e atacarem o fígado, as hepatites A, B, C, D e E são doenças diferentes, causadas por vírus diferentes, com formas de transmissão e evolução clínica distintas.

A hepatite A, geralmente contraída via contato com alimentos contaminados, na maioria das vezes tem cura, com recuperação total do fígado. As hepatites B (transmitida por contato sexual sem proteção) e C (pelo contato direto com sangue contaminado) podem levar à cirrose hepática e até a uma maior incidência de câncer no fígado. A hepatite D só acomete pessoas que têm o vírus B no organismo e a do tipo E, cujo contágio acontece por meio de água contaminada por fezes, é rara no Brasil.

Hepatite C

A hepatite C pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a mais comum. Os sintomas da hepatite C são incomuns na forma aguda e, por isso, a doença pode evoluir para a fase crônica sem a pessoa perceber. Nesta forma, a doença se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tornam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.

A transmissão da hepatite C se dá pelas seguintes formas:

  • Contato com sangue ou secreções de pessoas contaminadas, como sêmen ou secreções vaginais, durante a relação sexual desprotegida;
  • Compartilhamento de seringas e agulhas utilizadas para fazer tatuagens, colocar piercings ou usar drogas, por exemplo;
  • Compartilhamento de lâminas de barbear, escovas de dentes ou instrumentos de manicure ou pedicure;
  • Transfusão de sangue antes de 1993, uma vez que nesse período ainda não era feita a testagem do sangue para o vírus da hepatite C;
  • Durante o parto, embora esta seja uma situação mais rara.

Para evitar a transmissão da hepatite C é importante usar preservativo em todas as relações sexuais, não partilhar material de uso pessoal e exigir o uso de materiais descartáveis para a realização de tatuagens, piercings e manicure.

Hepatite C: sintomas

Os sintomas da hepatite C  aguda são similares à gripe podem ser um indicativo da doença, como febre, enjoo e falta de apetite. Há casos, entretanto em que esses sinais são inexistentes.

Somente cerca de 45 dias após a infecção pelo vírus, os sintomas da hepatite C podem surgir de maneira mais específica. Assim, o indivíduo passa a apresentar:

  • Dores abdominais, dores nos músculos e articulações;
  • Urina escura;
  • Fezes claras;
  • Cor amarelada da pele e dos olhos;
  • Dor na região superior direita da barriga;
  • Cansaço excessivo;
  • Barriga inchada.

Quando a infeção pelo vírus C se torna crônica (ou seja, o organismo não consegue combater o vírus em até 6 meses da infecção inicial), os sintomas não existem e a doença se torna silenciosa na grande maioria dos casos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico inicial da hepatite C é feito por meio da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pelo indivíduo, além da análise de exames de sangue que permitem identificar a presença do vírus e, assim, confirmar a hepatite e o seu tipo.

Além disso, para avaliar a gravidade da infecção, pode ser indicada pelo médico a realização de exames de imagem, como ultrassom abdominal para observar as características do fígado, e dosagem das enzimas hepáticas no sangue, como AST e ALT, e exames que avaliam o funcionamento do órgão e, de acordo com os seus níveis, é possível indicar o risco de a pessoa desenvolver complicações como cirrose e câncer de fígado.

Tratamento da hepatite C

O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. A hepatite C é considerada curada quando o vírus continua indetectável no sangue seis meses após o fim do tratamento.

O tratamento da hepatite C pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente. O médico, tanto da rede pública quanto suplementar, poderá prescrever o tratamento.

Os sintomas da hepatite C podem não se manifestar durante muitos anos. Porém, caso você algum dos sinais listados acima, o ideal é procurar por um especialista para o diagnóstico correto e início do tratamento.

Fontes:

Hepatologista Dra. Mirella Monteiro;

Ministério da Saúde.

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