Na maioria das vezes, a doença pode ser curada. Mas é preciso ficar atento aos sintomas mais comuns, porque, quando não diagnosticada e tratada, pode haver complicações graves.
A hepatite C é uma infecção causada por um vírus, que atinge o fígado. Estima-se que cerca de 185 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo. A hepatite C pode ser classificada em aguda ou crônica e se manifestar de maneira leve, moderada ou grave. Apenas 25% a 30% dos infectados apresentam, na fase aguda, sintomas da doença. Os mais comuns são:
- Cansaço;
- Mal-estar;
- Inchaço no abdômen;
- Enjoo;
- Vômitos;
- Dor abdominal;
- Olhos e pele amarelados;
- Urina escura;
- Dores na região do fígado;
- Febre;
- Perda de apetite;
- Intolerância ao álcool;
- Fezes esbranquiçadas.
A tendência é os pacientes desenvolverem uma forma crônica da doença que leva a lesões graves no fígado, causando cirrose e até câncer de fígado. A evolução da enfermidade costuma ser lenta e o diagnóstico, tardio.
Em geral, a maioria dos portadores só percebe que está doente, anos após o contato com o vírus, quando apresenta um quadro grave de hepatite crônica com risco de desenvolver complicações, como cirrose, fibrose hepática, câncer no fígado e insuficiência hepática.
Como a hepatite C é transmitida
A hepatite C pode ser transmitida por:
- Contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos);
- Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos, ou odontológicos;
- Falha de esterilização de equipamentos de manicure;
- Reutilização de material para realização de tatuagem;
- Procedimentos invasivos (hemodiálise e cirurgias) sem os devidos cuidados de biossegurança;
- Tranfusão de sangue e seus derivados contaminados;
- Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum);
- Transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum).
A hepatite C não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada.
Como é feito o diagnóstico da hepatite C
A hepatite C pode ser diagnostica por um exame de sangue que pesquisa a presença de anticorpos contra o vírus C, o anti-HCV. Quando o resultado é positivo, a pessoa deve ser encaminhada para exames complementares de modo a esclarecer o quadro. Após esses exames, o paciente poderá ser encaminhado para o tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com medicamentos capazes de curar a infecção e impedir a progressão da doença.
É importante que pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1993 façam esse teste, pois antes dessa data não se conhecia o vírus e o sangue transfundido não era testado.
Tratamento da hepatite C
A hepatite C é uma das poucas doenças crônicas que pode ser curada (em até 90% dos casos).
O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), geralmente, por oito a 24 semanas.
Quando o fígado foi severamente danificado pela doença, pode ser necessário um transplante do órgão.
Previna-se
Não existe vacina contra a hepatite C. Por isso, para evitar a doença, é importante:
- Não compartilhar nenhum objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc.);
- Usar preservativo nas relações sexuais;
- Não compartilhar nenhum objeto utilizados para o uso de drogas;
- Toda mulher grávida precisa fazer, no pré-natal, os exames para detectar as hepatites B e C, o HIV e a sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.
A infecção por hepatite C, quando persiste por muitos anos, pode levar a complicações graves. Se você se expôs a algum fator de risco ou desconfia que pode estar com a doença, procure um hepatologista. O tratamento é simples, gratuito e pode evitar o agravamento do quadro.
Fontes